Ossãe (Relato)

 

 

 

Dia votivo: Quinta-feira

Cor: Verde

Sacrifício: Bode, porco, galo, Guiné, pombo e perdiz.

Comida: Todas as comidas de sento, inclusive efum epô, com galo assado.

Ervas: Todas as ervas

 

 15 búzios abertos / 1 búzio fechado = Ajibani Megi

                                                                                                              Fala Ossãe

 

 

                As pessoas que detêm este Odú, apresentam um comportamento turbulento, sendo activos, gostando do movimento, pondo rapidez em tudo que fazem e bastante extrovertidos em todos os sectores da vida. Alcançam o equilíbrio com muita dificuldade dado o desequilíbrio de suas emoções.

                Muito lançados, intercedem em assuntos que, muitas vezes, não lhes dizem respeito, emitem conceitos sem que sejam solicitados, tomam conclusões precipitadas, em fim, utilizam todos os métodos para que sejam notados. Em certas ocasiões, por falarem demasiado, é muito difícil ocultar seus sentimentos, o mesmo ocorre com a sua franqueza, pois doa em quem doer, quando tem vontade de falar, assim o fazem, sem medir as consequências.

                Não lhes incomodam as regras traçadas pela sociedade e nem as respeita, especialmente, se estas regras não se encaixam em seus planos. Sua personalidade é algo mutável, convertendo-se desta forma em geniosos, mal humorados e autoritários. Porém, se por ventura, sejam obstruídos de dar evasão a seus sentimentos, são capazes de fazerem mudanças radicais, tanto em seu estado de carácter, como nas proposições.

                Na infância revelam suas tendências para desfrutarem de uma vida absoluta, gostando de liberdade e lutam na tentativa de se desligarem do círculo familiar. Esta disposição, se dá também com os amigos. É uma espécie de fuga para não se ligarem sentimentalmente, preferindo, por extinto, um isolamento natural.

                Nas profissões, as que mais se adaptam, são as que lhes dê plena liberdade de acção. Podendo se sobressaírem com relevado destaque nas áreas em que esteja “a cura”, de modo geral.

                Nas uniões, os filhos de Ossãe poderão alcançar harmonia com os filhos de Xangô e Obaluaiê.

                Ossãe é o senhor das folhas e ervas de um modo geral. Em suas folhas e ervas estão concentradas as energias cósmicas, com funções específicas para cada tipo de folha. Tanto que neófito ao ingressar no culto aos Orixás, tem que passar por uma unção de ervas previamente seleccionadas, para receber os inúmeros benefícios energéticos que cada uma delas liberará para o iniciado. 

 

 

                Tudo sobre Ossãe é muito controvertido, cercado de enigmas, que envolvem sua vida e seu carácter. Se sabe, entretanto, que esta divindade, tem predilecções pelo isolamento, que passeia pela floresta sem fixar-se em um ponto específico. Seu culto é indispensável para o povo do culto ao Orixá, já que ele tem baixo o seu domínio a capacidade de curar por meios das ervas sagradas e tem importante participação na consagração do transe entre os filhos de santo e seus respectivos Orixás.

                Nas lendas, Ossãe nos é descrito como um homem que tem uma das pernas mutiladas, que fuma cachimbo e que bebe aguardente com mel.

                Ossãe tem seus amuletos ao ar livre, junto aos orixás, que como ele tem predileção, por um habitat mais em contacto com a natureza. Quando este Orixá está sendo louvado, os membros da casa, em geral, simulam em gestos ao som dos tambores, a actividade da colheita das folhas louvando-o com gritos de “eu eu”.